Entenda como funcionam os sistemas de build do Sublime Text

Os sistemas de build do Sublime Text permitem executar ou realizar algum tipo de operação externa nos arquivos que estão sendo editados. Um exemplo comum seria compilar e/ou executar o código-fonte do arquivo atual, mas é possível que um determinado sistema de build atenda cenários muito mais complexos. A grande vantagem de usar um sistema de build no seu projeto é evitar a necessidade de alternar manualmente entre o seu editor e outras ferramentas externas com frequência.

Um build pode ser executado por meio dos atalhos de teclado Ctrl+B ou F7 no Linux, F7 no Windows ou Command+B no Mac. O Sublime Text vem com sistemas de build padrão para os principais formatos e sintaxes de arquivos, mas é possível criar sistemas de build personalizados de acordo com suas necessidades.

Na prática, os sistemas de build são arquivos no formato JSON e possuem a extensão .sublime-build. Um arquivo de build representa os comandos, caminhos de diretórios e a configuração necessária para fazer o build de um projeto usando um conjunto específico de ferramentas. Os executáveis das ferramentas que são chamadas pelos sistemas de build ou devem estar no PATH do seu sistema operacional, ou sua localização deve ser especificada.

Existem vários parâmetros de configuração para um arquivo de sistema de build. Alguns dos mais normalmente utilizados são:

• cmd: array que contém o comando a ser executado e os argumentos desejados. Se um caminho absoluto não é informado, por padrão o programa externo será buscado nos diretórios listados na variável PATH do seu sistema operacional. Este é o único parâmetro obrigatório.
• working_dir: diretório para o qual a execução deve ser alternada antes de chamar qualquer comando.
• selector: quando a opção Tools | Build system | Automatic está ativa, o Sublime usa esse seletor de escopo para encontrar o sistema de build adequado para arquivo aberto.
• path: se não há garantia de que algum executável necessário para executar a build esteja no PATH, é aqui onde incluimos o caminho onde ele deve estar.
• file_regex: expressão regular geralmente usada para capturar e exibir mensagens de erro provenientes do comando executado.

Como exemplo, este é o arquivo de build padrão para executar um programa Python:

{
    "cmd": ["python", "-u", "$file"],
    "file_regex": "^[ ]*File \"(...*?)\", line ([0-9]*)",
    "selector": "source.python"
}

Notou o $file no código acima? Ele é uma variável de build, que no caso é substituída pelo do nome completo do arquivo que está sendo editado. Algumas outras variáveis de builds são:

• $file_path: diretório do arquivo que está sendo editado
• $file_name: apenas a parte do nome do arquivo corrente (extensão incluída)
• $file_base_name: nome do arquivo corrente sem sua extensão
• $project_path: diretório do projeto atual
• $project_name: nome do projeto atual

Os sistemas de build do Sublime Text podem ajudar a economizar tempo, já que evitamos de ficar alternando entre o editor e outras ferramentas a todo momento. Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de montar um sistema de build que atenda as necessidades do seu projeto.
(Foto: “BMW Leipzig MEDIA 050719 Download Karosseriebau max” by BMW Werk Leipzig. Via Wikimedia Commons.)